26 de maio de 2013

Filha, sobre o seu nascimento

Carol, esse post é pra você filha, pra que no futuro você saiba como foi o dia do seu nascimento.




Dizem que a maioria das mulheres passa a vida toda procurando um verdadeiro amor, aquele que completa, que preenche, que inunda, que a faz sorrir à toa, que a motiva se a levantar todas as manhãs e buscar sempre ser alguém melhor. Não sei te dizer se toda mulher consegue sentir a felicidade que eu sinto, mas me sinto completa e realizada, pq ao invés de um único amor eu tenho três, exatamente dessa maneira que eu descrevi, amores verdadeiros, que me preenchem e me motivam, seu pai, sua irmã e você.

Quando eu achei que não poderia mais sentir o amor com a mesma intensidade você chegou com tanta delicadeza, tão pequena e indefesa, fazendo cair todas as minhas barreiras e me render a esse amor infinito novamente, não que eu não a amasse enquanto éramos apenas uma, mas tê-la nos braços, segurar suas mãozinhas ... ah, não existem palavras que descrevam como esse amor pode ser tão grande que chega a doer, mas vamos aos fatos.

Antes de mais nada quero que você saiba que eu sempre quis o melhor pra você, e se o melhor estivesse ao meu alcance eu o faria por você.
Queria um parto natural, mas não foi possível, embora eu tenha insistido até o último instante.

Nos dias que antecederam seu nascimento tive que ir ao hospital de dois em dois dias fazer ultrassom com doppler e cardiocotoco, o médico achou que você estava pequenininha e magrinha demais pra minha idade gestacional e isso o preocupava, e as ultrassons eram discordantes na sua idade, a ultima que fizemos deu que você não tinha 39 semanas e sim 33, meu líquido estava muito reduzido, e assim, decidi que sendo desnecessária ou não, eu não colocaria você em risco teimando em um parto normal, embora dessa vez tenha sentido contrações doloridinhas e só de ter sentido isso, já me sinto muito feliz.

Segunda feira, sua irmã ficou com a vovó e lá fui eu pro hospital ver o médico, no caminho comprei algumas coisinhas para nós (acho que eu já sentia que daquele dia não passaria) e segui, e como havia sentido, seria internada na segunda mesmo.

Tinha até as 17:00 para me internar, avisei seu pai, seus avós, sua tia, e as 17:00 fomos internadas.

Confesso que embora soubesse tu-do que estava por vir, temi, temi por nós, temi por estar longe da sua irmã, confesso filha, tive medo, medo pq tudo seria novidade de novo, e em meio a tudo isso, tive medo de não ser uma mãe a sua altura.

No centro cirúrgico chorei. Não, não foi nada escancarado, não foi aquele choro que faz o nariz da gente entupir, mas chorei, primeiro pq pegar o acesso pro soro é dolorido de verdade, dói mais que a anestesia, dói mais que arrancar bife da unha, a mocinha raspou a agulha no meu osso, e ao invés de subir num banquinho e dar nela, eu desandei a chorar, um choro quietinho, sentido, daqueles típicos de quando eu fico triste.

E depois chorei de novo quando o anestesista veio conversar comigo. Ele viu que eu estava nervosa, e disse que iria me anestesiar deitada de lado.

Pausa.

Foi a coisa MAIS digna que alguém fez por mim durante a gestação toda. Digo isso, pq final de gestação é uma coisa de louco, a barriga pesa, tudo se torna difícil, e ser anestesiada sentada, forçando o corpo pra frente requer muito esforço por parte da grávida.
Foi muito tranquilo ser anestesiada de lado.

Despausa. 

E é estranho pensar que embora soubesse tudo que estava por vir, senti medo, tremia igual bambu verde durante a anestesia, mas pensei comigo "quer saber, vai dar tudo certo, vou relaxar!", e relaxei.

Relaxei filha, e deixei a coisa fluir, relaxei por mim, relaxei por você, não queria que seus últimos instantes dentro de mim fossem estressantes, eu queria te passar calma, serenidade, a mesma calma e serenidade que eu te passei a gestação toda.

E assim a coisa fluiu. Depois da anestesia me lembro de um forte enjoo, seguido do chorinho mais emocionante da minha vida.

Não chorei, me emocionei muito, mas não chorei, e não pq sou insensível, mas pq ao ouvir seu chorinho fui inundada por uma felicidade tão grande, uma alegria tão grande, que era impossível chorar, eu sorria, simplesmente sorria, e agradecia por você ser saudável e perfeita, era como se eu estivesse andando calmamente em um dia de sol leve, por um campo verdejante, cheio de flores cheirosas e coloridas, e ao fundo disso pudesse ouvir o som de muitas águas, um som tranquilizante, e a cada inspiração eu sentisse muita paz, muita calma e um cheirinho gostoso de coisa fresca.

Relaxei, dormi e quando acordei no quarto estava com fome, muita fome, mas ainda não poderia comer nada, me trouxeram você e eu pude sentir com calma seu cheirinho, sua pele, ver seu rostinho, apreciar seu sorrisinho, enfim, pude ficar contemplando como você é perfeita, como o amor que eu e seu pai sentimos um pelo outro pode se materializar em uma criaturinha tão pequena, tão linda, tão graciosa.

Dias depois viemos pra casa, e agora estamos aqui, você dormindo tão serena no carrinho ao meu lado, sua irmã dormindo no berço e eu sorrindo á toa.

Sabe filha, eu não sei aonde a vida nos levará, como será nossa relação futuramente, o que eu sei é que farei o melhor para ser uma boa mãe para vocês duas, uma mãe justa sempre, errando, acertando, mas acima de tudo, amando vocês com todo meu coração e com tudo de melhor que há dentro de mim.

Te amo muito, minha pequenininha.

Beijos, mamãe.


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- Ao nascer:

Peso: 2.685g 
Altura: 45cm 

- Na alta: 

Peso: 2.510g
Altura: a mesma =)


4 comentários:

  1. Que lindo Juuh!

    Ela é muito linda, uma princesinha!!!
    Parabéns!!!

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  2. Como eh linda, Ju.... uma delicinha!

    Beijo em vcs!

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  3. Que lindo Ju. A Carol é linda, uma princesa, e que ela venha inundando amor e felicidade. Carol, você é uma benção do Senhor. Deixei selinho no blog

    Beijos
    http://irmacorujando.blogspot.com.br/

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  4. Parabéns, Julia!
    Desejamos toda a felicidade do mundo para você e suas duas pequenas! Acredite, uma casa cheia de mulheres é uma casa muito feliz!
    Um enorme abraço,
    Time da Marré deci!

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