16 de junho de 2011

Blogagem coletiva - Liberdade e respeito para ser mãe do meu jeito.


“A liberdade é defendida com discursos e atacada com metralhadoras.”
- Cecília Meirelles –

A verdade é essa, desde quando me descobri grávida senti minha liberdade de opinião ser podada pouco a pouco, o que eu acho não importa, o que importa hoje em dia são os padrões pré- estabelecidos.
É muito triste ver que a maternidade pra muitas se resume em parto e amamentação, atacando com ferocidade a decisão de algumas mães que “ferem” esse padrão.
Hoje em dia há pressão por todas as partes, desde o governo até as mães mais extremistas para que as crianças hoje em dia nasçam de modo natural (que muitas vezes não é tão natural nem normal assim) e mamem exclusivamente no peito.
A mulher não tem liberdade em escolher o que quer porque se diz algo diferente do que é aceito como correto as pessoas lhe olham torto, e isso não se resume somente a parto e amamentação não, é uma coisa que vai além.
Eu sou mãe de primeira viagem, crua de tudo, vou aprendendo as coisas no meu dia-dia, com os conselhos da minha mãe, lendo muito e escolhendo pra nossa vida o que acho cabível.
O problema é que muita gente “mais” experiente se sente no direito de interferir no modo como criamos e educamos nossas crianças.
Frases do tipo “porque no meu tempo...”,”porque com meu filho...”, “hoje tá tudo mudado”, me fazem revirar os olhos de irritação, muita gente acha que mãe de primeira viagem é molóide de tudo, oca, acha que não nos preparamos por nove meses pra essa jornada que está só começando, e só porque teve um ou alguns filhos antes de nós se sentem no direito de dar opinião e muitas vezes criticar.
Dicas e conselhos são totalmente bem vindos, mas eu não gosto quando criticam o que faço, julgando como correto somente o modo com que a fulaninha faz.

É incrível, mas é a gente se tornar mãe e TODOS ao redor viram especialistas em saúde infantil.
A verdade é que cada mulher cuida do filho do jeito que acha certo e do modo que melhor lhe convém.
Se uma coisa funcionou em um lar, não significa que vá funcionar em outro, as realidades são diferentes, as crianças são diferentes, são pessoas diferentes.

E no meio disso tudo, de gente palpiteira, de sogra chata, de família que fica em cima, e vizinho fofoqueiro, tem o pediatra.

Pediatras seguem linhas diferentes, muitas vezes o que um libera o outro não libera, e só quem está com o bebê chorando as três da manhã por um motivo que sabe-se lá qual é, sabe como é.

Eu falo por mim, minha filha não mama no peito desde que nasceu praticamente, a princípio eu segui piamente tudo que a pediatra falava, mas certas coisas não tinha como aplicar no nosso dia dia.
Yasmin entupida, fazendo força pra fazer cocô, o conselho da pediatra era esperar, afinal de contas são apenas três dias “ela vai fazer cocô sozinha mãe”, e minha filha lá, quase explodindo de tanto fazer força, e vermelha como um morango de tanto tentar e não conseguir (LA infelizmente dá uma ressecada no intestino).
Dói, dói ver o filho da gente com fome, dói ver o filho da gente sem conseguir fazer o cocô, dói ver o filho da gente não ter calma pra dormir, e aí, aí é seguir o que o pediatra fala ou o instinto materno que mora dentro da gente.

No meu caso, eu dei chá de ameixa pra Yasmin, e duas horas depois ela fez um cocô explosivo, ficou aliviada e feliz.

Por algum tempo era ela ficar com sono que ficava agitada e não conseguia dormir, não conseguia relaxar pra pegar no sono.
Segundo a pediatra é normal eles brigarem com o sono assim, mas um bebê chorando porque não consegue dormir, além de cortar o coração de dó, cansa a gente que tá ali o dia todo cuidando.
Li muito sobre o que fazer, tem gente que dá remédio, e isso eu não faço, mas chá de camomila, erva doce, hortelã ou alface não matam ninguém, e foi o que fiz, comecei a dar chá pra ela, depois do banho das oito e meia da noite a mamadeira de leite, depois de um tempinho dou cerca de 50ml de qualquer um dos chás acima, luz em penumbra, e como mágica eu tenho uma bebê calma, dormindo placidamente.
Se é o chá que faz isso eu não sei, mas aqui conosco funciona.

Eu não quero motivar ninguém a ir contra o que o pediatra fala, mas estou apenas ilustrando que na minha realidade eu não consigo seguir a risca tudo que é dito, e isso não faz de mim uma mãe pior ou uma mãe ruim, muito pelo contrário, tudo que eu faço é sempre visando o bem estar da pequena, mesmo que isso me mate de cansaço no fim do dia.

Liberdade e respeito são uma via de duas mãos, a gente dá na medida que recebe e vice-versa, e não é só porque o que a outra faz é diferente significa que está errado, as pessoas tem que aprender a refletir um pouco antes de falar impropérios.

Cansa ouvir palpite seguido de carinha de descaso, cansa fazer cara de pastel pra não ser grossa, cansa e magoa ter gente em volta dizendo o que fazer como se nós não soubéssemos de nada.

São pequenas coisas que fazem a diferença no dia dia dos pequeninos e no nosso dia dia também, e o que o povo tem que entender é que o jeito que a fulana criou o filho deu certo, mas não significa que só porque o meu jeito é diferente está errado, acho que quando visamos o bem estar dos nossos filhos, não tem como dar errado.
Uma coisa muda aqui e ali, mas não significa que esteja errado.

Mas do que eu tô falando, né?
Na gravidez ouvi tanto palpite, tanto conselho, tanta dica, e já sabia que quando elas nascesse a coisa ia enveredar pra esse lado.

Liberdade e respeito para ser mãe do meu jeito - desde que isso não influencie de modo negativo na saúde e na educação do meu filho - no mais cada um sabe onde o sapato aperta e o que fazer com seu filho em casa.

Eu não posso ser grossa, eu não posso botar pra correr, eu não posso muita coisa, mas o que eu posso é exigir ser respeitada nas decisões que eu tomo pra minha filha, e disso, disso eu não abro mão.


Beijos

Juu

6 comentários:

  1. Cheguei por aqui por causa da Blogagem Coletiva e gostei do que li. Quando você fala sobre a "briga com o sono" me vi em suas palavras...eu já chorei (e ainda choro) muito por conta disso. Meu marido aceita o "é normal" dos médicos e especialistas, mas meu coração de mãe não aceita isso jamais, meu filho não precisa chorar 2h para conseguir dormir. Agora mesmo levei 2h como ele nos braços, ninando até ele dormir SEM CHORAR. Eu acredito que com paciência e amor tudo se resolve. Já tentei o chá, mas por aqui pegar mamadeira é dificil demais, mas vou continuar tentando com o copinho... Enfim, acredito no instinto materno, e muito!

    Parabéns pelo post.
    Beijos

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  2. Ju, tô com você! Já ouvi muita gente dando o contra nas minhas opiniões, seja por aqui ou aqui do lado de fora. As pessoas se esquecem que não há fórmulas para se criar um filho e que cada mãe sabe o que há de melhor pro seu bebê! Muitas coisas que o pediatra diz eu sigo, mas outras faço por conta, porque vejo que funciona por aqui!

    Um beijo em vocês!

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  3. Esse lance dos pedi é verdade. Assim como na gravidez o que um médico libera pra uma, não libera pra outra.

    Estamos juntas nessa.

    Beijo em você e um cheiro na Yasmin!

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  4. Não sei se te ajuda saber, mas por mais que se faca o que e considerado certo, nunca parece ser suficiente. Eu tive parto normal e amamento no seio. Só que amamentar não e só mil maravilhas e no terceiro dia estava com os bicos sangrando. Resolvi dar um pausa de umas horas para me recuperar um pouco e fui acordada aos berros e acusada de não me importar com o bebe e de ser péssima mãe. Hoje ela tem 18 dias e ontem, depois de 40 minutos de amamentação efetiva (o que leva cerca de duas horas), ela continuava chorando. O pai disse: eh fome. Eu retruquei, dizendo que não tinha como ser. Sabe o que ganhei de resposta? Aquele olhar de "que absurdo você não querer dar mais peito a ela". Conclusão: para quem esta de fora, eh fácil falar. Muitas vezes tenho vontade de me isolar por conta dessas coisas. Beijos e tenha certeza que não esta sozinha.

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  5. Se já não bastassem todas as coisas q temos q aprender quando nos tornamos mães, tem essa de fazer cara de blasé também. Aprender a escutar, falar "tá" e fazer o q nos parece certo. Ai ai ai, dai-me paciência, Senhor!! rsrs

    Beijoooo

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  6. Verdades menina... As pessoas dão palpite em tudo mesmo... Aqui em casa minha mãe de vez em quando vem com a máxima: Você pensa que sabe tudo. eu tive 4 filhos... Aff, haja paciência... BjkS pra Yasmin!!!

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